Comprar livros: Dois fatores para capturar a decisão do leitor

Comprar livros é um hábito saudável e enriquece o espírito. Quando damos uma vista de olhos a um livro num site ou livraria, embora haja muitas variáveis e dependa de cada leitor, há dois fatores principais que influenciam a decisão de compra: A capa e as primeiras páginas.
Se estiver a procurar novos leitores, esses detalhes pode ajudá-la a tirar a atenção dessas pessoas indecisas e exigentes que estão com sede de novas leituras.

O primeiro, uma boa capa: Imprescindível quando vamos comprar livros.

Além das tendências estéticas, falamos sobre o profissionalismo do design. Imagens apropriadas, com qualidade e numa boa composição. Até opte pelo minimalismo. Menos é mais: poucos elementos cuidadosamente escolhidos. Aqui encontrará outro artigo no qual explicamos como configurar a sua capa na nossa plataforma.

O segundo, as primeiras páginas do livro.

A introdução deve ser escrita com muito cuidado, usando vocabulário correto e gramática impecável. Além disso, a linha de abertura é essencial para cativar o leitor. A sua principal função é captar a atenção. Para conseguir isso, pode apresentar a personagem principal, inserir uma frase que dê o tom da história ou fazer que suceda alguma coisa verdadeiramente impactante.
Aqui estão alguns exemplos para que possa apreciar como outros autores cumpriram com êxito esses propósitos:

“…Vinha então o mau tempo, que chegava, um dia, no fim do Outono. O remédio era fechar as janelas à noite, por causa da chuva, enquanto o vento arrancava as folhas às árvores da Place Contrescarpe…” París era uma festa, Ernest Hemmingway.

“Começou a ler o livro num sábado de manhã. Um amigo seu tinha-lho recomendado. Belíssimo, dissera, há uma personagem feminina comovente, linda, tão misteriosa que é uma presença ténue, no livro, um fio de existência feito só de indícios, e de súbito reparamos que a personagem se instalou em nós, no coração, no ar que respiramos”. Os Sensos Incomuns, Maria Isabel Barreno.

“Chegou aquela altura do ano, exatamente aquela. Percebe-se logo pela agitação no ar, pela mudança na orientação dos ventos” Dias Úteis. Patrícia Portela

Ao introduzir uma personagem no parágrafo de abertura, certifique-se de que o leitor possa conhecê-lo e sentir o que ele sente. Isto é decisivo. A empatia é um dos motivos mais reveladores na hora de comprar livros.  Se quiser fornecer pistas sobre os fatos relevantes da história, faça isso um pouco mais tarde. Também precisa decidir se é melhor introduzir a personagem principal desde o início. Um protagonista é o mais relevante na peça, seguido pelo antagonista que deve entrar em conflito com ele. Para isso, devem ter personalidades diferentes, tornando a sua história mais convincente. Leia um outro post sobre personagens aqui.

Não deve esquecer que todos os detalhes contam. Não se trata de estripar o livro nas dez primeiras páginas, mas de preparar o leitor para o que vem depois. À medida que a história avança, deve revelar os detalhes gradualmente. Uma boa ideia ao fazer essas primeiras páginas: consultar os seus livros favoritos e começar uma leitura das 30 a 50 páginas com as quais eles começam. Ao lê-los, pode escrever o que eles sugerem e tomar nota dos conceitos que ajudam a desenvolver o seu trabalho. Não se trata de copiar o estilo, mas de aprender e tirar o máximo proveito dele. Se quiser obter mais informações sobre este tópico, convidamos a consultar as Primeiras 50 páginas de Jeff Gerke, um guia muito útil para evitar que os seus leitores fiquem desorientados, frustrados ou aborrecidos depois de ler as primeiras cinquenta páginas do seu trabalho.

É difícil convencer alguém de que a sua obra é a melhor no momento em que estão numa loja a comprar livros. Não há livros de autoajuda ou soluções mágicas (nem mesmo as de Gerke), mas há uma certa troca, alguma experiência que pode usar até encontrar o seu próprio caminho para iniciar a sua história e cativar a decisão de compra desse leitor sem noção.